Caríssimos, estou de volta ao Cafe pequeno. Passei quase quatro anos afastado deste espaço virtual. De lá para cá, muitas águas rolaram debaixo da ponte. Mesmo assim, nunca deixei de acompanhar os acontecimentos políticos e culturais da minha cidade.
Durante esse tempo, pude ver como as coisas – e as pessoas - se transformam. Como a estupidez ganha ares de inteligência diante da ignorância alheia. E como patifes travestidos de intelectuais arrancam suas gorjetas do poder público à custa da maquiagem dos fatos.
Por que me mantive in off? Em parte, por questões pessoais. E porque cansei de mim mesmo - quero dizer, dos meus textos. Precisava encontrar novos caminhos literários. E o blog, com o tempo, enrijece a pena. Empobrece o estilo. Transforma-nos em escrivães. O jeito, portanto, era apelar para os livros.
Mas também em parte porque sou movido por um instinto perverso, mórbido, de menino travesso: queria ver até onde iria a picaretagem intelectual na nossa província. Agora finalmente já posso puxar a corda. Trazer os peixes - grandes e pequenos - até a borda. Se tudo hoje em dia gira em torno do que se fala, do que é promovido, nada melhor do que atear o verbo nessa nova dimensão pública que é a blogosfera.
Afinal, como diz Bourdieu, “O poder das palavras só se exerce sobre aqueles que estão dispostos a ouvi-las e a escutá-las, em suma, a crer nelas”. Não exijo tanto. Nem mesmo peço que acreditem em mim. Peço apenas que me escutem. Se não com condescendência, pelo menos com atenção, pois já dizia Paulo Francis: “É preciso manter a cultura, o que resta, acima da cannaille”. Vai um cafezinho aí?
Ivandro Coêlho, professor e jornalista.
Fonte: Blog Café Pequeno.
1 comentários:
Novamente com o "povão", pelo menos até uma nova proposta erária, numerária, casária,...ops, a casa já está pronta.
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