A Psicologia, com base em conceitos psicossociológicos como consciência social, identidade social e coletiva, estuda os processos de subjetivação para a escolha do voto e também explica como certos conceitos refletem nas decisões dos eleitores. Para a Psicologia esses elementos subjetivos mediam o comportamento de votar, e se não moldam o que muitos teóricos chamam de ideologia, são interiorizados pelo indivíduo como valores, corretos ou não.
A consciência política é a construção de um pensamento mais ou menos autônomo que depende do processo cognitivo que cada um percorre, norteado por categorias abstratas, e que tenta organizar as demais questões que aparecem no universo social a partir desses critérios. Infelizmente somente um grupo limitado de eleitores possui essa consciência política que se constituem segundo Alessandro Soares da Silva, psicólogo político de sete dimensões psicossociológicas: identidade coletiva, crenças e valores societários, sentimentos de interesses coletivos e identificação de adversários, sentimentos de eficácia e de ineficácia política, sentimentos de justiça e injustiça, vontade de agir coletivamente e metas e propostas de ação coletiva.
O resultado dessa socialização política é a ideologia; esse processo acontece durante a fase da vida do indivíduo que fica entre o final da adolescência e o início da vida adulta, quando ele adquire noções fundamentais entre valores morais e éticos e tem uma visão de mundo que acaba tendo reflexos na sua maneira de encarar a política. Hoje vemos os políticos como sendo corruptos, devassos, depravados ou desprovidos de sensibilidade, essas características nos são passadas pela sociedade, esta sim, depravada e corrupta. Se damos esses mesmos atributos aos nossos políticos, é porque eles são exemplos maiores, parte deles as leis, os projetos sociais, que deveriam melhorar nossa sociedade. Sendo assim, não se pode pedir de um jovem eleitor consciência na hora de votar se sua consciência está impregnada dessa imagem “que eles mesmos criam” de corrupção. Imagem essa criada durante toda sua vida, e isto não é imoral, e meu artigo não é antiético, porque a moralidade está relacionada às relações sociais, permeando o pensamento das pessoas julgando ideologias sob perspectivas de regras morais. A ética, por sua vez, é uma sistematização da ideia da moralidade, e em nossa realidade chapadinhense, moral e ética tomam formas bem distintas.
Anaximandro Silva Cavalcanti
Psicólogo, CRP11/06725
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