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1 de março de 2012

Vinde a mim e humilhai-vos !


Como é bom está no poder ! Sentir que tudo posso e tudo mando. Todos a mim estão sujeitos. Apraz-me brincar com a justiça . Me divirto com o abuso de poder. 

Minha casa não falta gente pedindo arrego. Mau digo uma palavra e todos caem nas gargalhadas  ! Só não entendo o motivo da piada, mas entendo que eles querem é me divertir, quais bobos da corte. Pobres necessitados em minha porta se humilhando, é minha razão de viver ! 

Não importa a forma como cheguei ao governo, mas a forma como me divirto vendo os pobres famintos me cercando, se humilhando e mendigando. O que me torna feliz em tudo isso é a certeza de que cada migalha que jogo aos miseráveis eles abocanham tornando-se meus escravos e cabos eleitorais. 

Quanto mais miséria, fome e doença para a população é melhor pra mim, pois assim tenho a garantia de que vou conquistar votos distribuindo dinheiro. Na política é assim, quanto mais se dar esmola, aí é que conseguimos enganar os oprimidos com o objetivo de perpetuar as lambanças. 

Minha maior satisfação é tomar meu drink, pensando em quem deixarei desesperado quando ordenar aos meus secretários, fiéis quadrilheiros, para cortar e reduzir salários. O sofrimento das pessoas me traz prazeres nunca antes experimentado. 

Quero aproveitar o tempo que ainda me resta como poderosa , aproveitando o momento para ver os prejudicados me procurando e suplicando até pelo amor de Deus que não tire seu  suado dinheirinho. 

Nesse instante eu como quem não sabia de nada, faço um telefonema resolvendo o problema, até finjo está indignada pelos equívocos e chamo os secretários de um bando de incompetentes. Ah ! Como é bom !... Lá vai mais uma pessoa satisfeita e prometendo dar apoio. 

Não posso nem imaginar está fora do comando. Preciso urgentemente traçar um plano para continuar com a quadrilha. Parte dos meus milhões da corrupção serão aplicados neste ano. Jamais penso em derrota. Me acostumei com essa vida e seria trágico perder o poder. 


Monólogo de uma prefeita corrupta.
(Enedilson Santos e Armando Araújo) 


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