A PORTA DOS DESESPERADOS
Texto: Dr. Ernani Maia (Cirurgião-Dentista)
Além de todos os fatos alarmantes na Secretaria de Saúde de Chapadinha, soube de algo degradante, que escancara ainda mais o descaso com a população nos hospitais.
No HCC (Hospital das Clínicas de Chapadinha), onde é prestada assistência às crianças e grávidas da região, o Centro Cirúrgico está sem uma porta. Fui conferir e tirei algumas fotos.
Há semanas esta porta caiu e ainda não foi consertada.
Esta é mais uma das situações precárias pelo qual passa nosso município. Quer dizer: Uma simples porta, mas de suma importância para um Centro Cirúrgico, para a Secretaria de Saúde é um entrave dos mais complicados pois não disponibiliza sequer o dinheiro para o pagamento de um marceneiro para o conserto.
Não é de se estranhar, haja vista que nem remédios são comprados para os pacientes.
As portas do Centro cirúrgico servem para impedir a contaminação durante as cirurgias que são realizadas, evitando assim as infecções cruzadas, ou seja, que o paciente que vá se operar não saia com outra doença da sala cirúrgica.
A equipe cirúrgica teve que ser aumentada, pois além do cirurgião, anestesista, enfermeira instrumentadora e auxiliar de enfermagem, outro profissional tem que ficar ao lado da pessoa que está sendo operada espantando as moscas que agora entram sem cerimônia durante a cirurgia.
Algumas moscas já são conhecidas desse Centro Cirúrgico e já têm até nome próprio. Segundo os integrantes da equipe, existem duas muito espertas que sempre escapam das vassouradas. Carinhosamente nomeadas de Magmosca e Varenúbia, elas vivem sobrevoando felizes a pobre pessoa que têm suas entranhas expostas.
É inadmissível que em um ambiente que deve ser estéril, realizem-se cirurgias com moscas, que são insetos disseminadores de várias doenças, sobrevoando o paciente. Voltamos à Idade Média???
É realmente chocante o desprezo pela vida humana nesta administração. Desejo sorte às grávidas que infelizmente não podem operar-se em outro lugar. Espero que acertem estas moscas e que elas jamais sobrevoem Chapadinha novamente.
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