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4 de dezembro de 2012

Chapadinha Anúncios destaca obras do poeta, escritor e compositor, João das Graças.



Em entrevista ao programa "DESCOBRINDO TALENTOS da rádio Cultura FM 87,9, com a apresentação de Toninho da Viola e Enedilson Santos, que vai ao ar todo domingo a partir das 10:30h, o Poeta, escritor e compositor, João das Graças esteve neste último final de semana, falando de sua vida dedicada as obras literárias.

João das Graças Lopes da Fonseca nasceu em Guarimã, município de São Benedito do Rio Preto-MA em 25 de fevereiro de 1952, filho de Zacarias e Jovelina, sendo o caçula de uma família de 16 irmãos. Em Guarimã viveu sua infância e adolescencia trabalhando na roça. Casou-se em março de 1973 com Leontina Arouche, constituindo uma família de 7 filhos e por necessidade de dar melhor formação a estes, em 1979 migrou para a cidade, onde também concluiu o ensino fundamental.


Funcionário público estadual. Em 2002 concluiu o curso de auxiliar de enfermagem, promovido pelo PROFAE administrado pelo Colégio Múltiplo Êxito de Timon-MA.  A enfermagem é a profissão que mais gosta de trabalhar, pela maneira de ficar mais próximo de pessoas que necessitam, não só de tratamento clínico, como também de cuidados especiais por parte de funcionários do hospital.


Isso é um pouco da biografia desse ilustre poeta, do qual atualmente reside em Chapadinha e quer contribuir com as manifestações culturais de nossa cidade. O mesmo possui várias obras literárias já publicada em livros e dezenas de composições musicais, porém não possui exemplares a disposição por falta de patrocínio.

A partir de hoje Chapadinha Anúncios vai destacar todos os dias, poesias, poemas e canções desse grande artista nato. Em primeira mão e com exclusividade, o blog mostra a poesia declamada ao vivo no programa da Rádio Cultura. 

Enedilson Santos.


RIOS QUE CHORAM 

Oh rio por que chora? 
Que ouço o teu clamar! 
Minhas margens não têm flora. 
Não existe siricora. 
Não tem mata ciliar! 
Fauna não existe mais. 
Não tem peixe pra pescar. 
Com essa falte de respeito. 
Eu agonizo no leito. 
Tão querendo me matar! 

Fui tão rico no passado. 
Com muitas águas a jorrar! 
De mim ninguém tinha queixa 
Era um rio de muitos peixes 
Com muitas espécies para pescar 
Piau, pacu e pintado. 
Piranha, cruvina e crumatar. 
Flecheira, traíra e surubim. 
Com tanto peixe assim 
Fazia gosto a gente pescar. 

Era um rio navegável 
Canoa descia e subia 
Era uma tradição 
Fosse inferno ou verão 
Transportava mercadorias 
Minhas margens eram só matas 
Muitas caças existiam 
De baixo do pé fava danta 
Macaco, catitu e anta 
Paca, cutia comiam 

O homem é responsável 
Por toda devastação 
Hoje é um grande desafio 
Morar na margem do rio 
Pra comer arroz e feijão! 
Caça e pesca não tem mais. 
Estão em extinção! 
Todos esses animais. 
Só existe em cartaz. 
Ou na tela da televisão! 

Os rios estão morrendo? 
E todos fingem não ver. 
Ainda dizem que lhe adoram. 
Mas ainda quando olham. 
Só na hora do lazer! 
Ali deixam todo lixo. 
Só aumenta o seu sofrer 
Se não tiver a consciência 
Não tomar providência 
Os nossos rios vão morrer 

Cada ano que passa 
Piora a situação 
Parece que fazem o capricho 
De jogar todo lixo 
Aumentando a erosão 
Nas margens é só queimadas 
Sem nenhuma proteção 
Isso me deixa angustiada 
Os governantes não fazem nada 
Essa é; a minha preocupação! 


João das Graças

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