“Agora vou fazer oposição”. Essa foi a frase dita em uníssono por aqueles que foram derrotados na campanha para prefeito em Chapadinha.
Fico me perguntando: Oposição a quê? Por quê? A nova prefeita eleita, Belezinha, ainda não começou a trabalhar para que essas pessoas se antecipem e desde já digam que a oposição será cerrada.
Farão oposição pelo simples fato de terem sido derrotados? Esqueceram que foram derrotados pela péssima administração que fizeram parte? Logo, caso Belezinha e seus colaboradores consigam administrar o caos que será herdado e fazer um bom governo, que tipo de oposição seria esta? Ficaria evidente que seria a oposição dos incompetentes, pois estaria comprovado que poderiam ter feito mais e melhor e não fizeram...
“Vamos fazer uma oposição responsável”, Completaram os derrotados, ressentidos pela forte oposição popular e antecipando o desejo camuflado de que a futura administradora não consiga prestar um bom serviço ao povo. Acho interessante essa colocação, pois quando eram vistos em cima de um palanque, vociferavam discursos inflamados em defesa da população mais carente...
Estas mesmas pessoas se esqueceram do povo quando passaram pela administração municipal. Calaram-se, em troca de gordos contracheques, diante de escândalos de desvio de recursos públicos, incluindo comprovados desvios de verbas destinadas à alimentação escolar, onde muitas crianças carentes ficaram sem merenda.
Este mesmo grupo defendeu um sistema de saúde em que até eles se tornaram vítimas (vereadores e parentes transferidos em ambulâncias de outros municípios; secretários municipais viajando às pressas para serem atendidos em São Luís e até mesmo a prefeita não encontrou ortopedista nos hospitais quando levou um tombo).
Sim. Deve haver oposição, e oposição responsável. Mas uma oposição que vise melhorias coletivas e não individuais. Uma oposição que enxergue e escute a população, e não apenas anseie cargos políticos. Uma oposição que saiba aplaudir o que é bem elaborado e criticar construtivamente o que não é. A oposição pela oposição é apenas mais uma forma de demonstrar ciúme e rancor pelos vitoriosos que ainda nem tiveram a chance de trabalhar e dar motivos para críticas ou elogios.
Parece-me que ainda estamos longe disso. Muitos se habituaram a viver (com muito conforto) à sombra da prefeitura, e estes serão sempre oposição. Oposição a não estarem fazendo parte do poder, não importa quem esteja no comando.
A caravana do governo não deve temer o ladrar dos cães, e sim o grito do povo. O povo que, mesmo sem voz no governo, clamou pelas esquinas da cidade, chorou nos hospitais e teclou nas redes sociais. Chapadinha precisa de homens públicos e não de homens que sobrevivam com dinheiro público. Desejo um bom ouvido aos que ingressam na administração municipal. Aos que foram desmamados, desejo que reencontrem a capacidade de trabalho perdida ao longo dos anos à sombra do poder.
Dr. Ernani Maia
(Cirurgião-Dentista)
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