“Os mentirosos não ganham senão uma coisa: É não serem acreditados mesmo quando dizem a verdade.” Esopo
É difícil precisar quando nasce alguém na política, pois muito mais que uma filiação partidária, a política encontra-se até nas relações interpessoais. Algumas pessoas já me relataram que Danúbia sempre foi muito precoce.
Desde criancinha dizia que seria prefeita de Chapadinha. Dizem que aos 6 anos de idade ela já pedia votos para sua futura candidatura. Nesse dia nascia a pequena política Danúbia.
No ano 2000, conseguiu eleger-se vereadora apoiada por Isaías Fortes. Após ser muito criticada e ter uma fraca representação na Câmara de Vereadores, tentou a reeleição, novamente apoiando Isaías contra Magno Bacelar, tendo uma inexpressiva votação.
O mundo dá muitas voltas, e em uma dessas voltas, viu-se aliada ao antigo desafeto. A aliança tornou-se muito mais profunda que a coligação de partidos, e então Danúbia começou a sonhar acordada com a prefeitura.
Magno, em um compromisso firmado no leito, apoiou-a para o cargo de prefeita em detrimento de fiéis aliados. Mesmo com toda a prefeitura trabalhando a seu favor, perdeu o pleito para Isaías Fortes. Vendo seu castelo de sonhos desmanchando-se, Magno reverte o quadro na justiça.
Pronto. Danúbia era prefeita. Não eleita pelo povo, mas prefeita. Havia realizado seu sonho de infância e podia calar a boca dos críticos e mostrar que poderia trabalhar por Chapadinha.
Não foi isso que aconteceu. Danúbia nada mostrou nos quatro anos que foi prefeita. Deu apenas munição para os que disseram – “Eu não avisei?”. Fez uma péssima administração, recheada de desvios de verba, escândalos e falta de compromisso com a palavra dada.
O grupo governista a aturava apenas por ocupar o cargo de prefeita. A bajulação era sempre a ordem do dia. Chapadinha estava um caos, mas as notícias que chegavam era que tudo estava bom demais.
Diante de tamanho despreparo e improbidade, seu amado Magno, que até então apenas escondia-se nos bastidores da prefeitura para não ser responsabilizado pela péssima administração na qual ele participara ativamente, deu o bote e tomou a chance de reeleição de Danúbia...
Coitadinha... O inimigo dormia ao lado... Os antigos aliados soltaram mais foguetes que as lágrimas que rolaram do seu rosto. Neste dia ela percebeu sua insignificância e desprestígio, pois todos a adulavam apenas pelo cargo que ela ocupava, e que a ela só restaria o isolamento e a mudez dos que não podem mais se manifestar.
Este foi o fim de um sonho. O sonho de uma menina que se tornou o pesadelo de toda uma cidade. Aquela flor, que jamais desabrochou, ficou agora sem adubo e morre lentamente. A morte política, vestida de preto, com uma foice na mão e um bigode na cara, ceifou mais uma aliada. Descanse em paz, Danúbia, e que não saia do túmulo do esquecimento para assombrar Chapadinha.
Dr. Ernani Maia
(Cirurgião-Dentista)
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