Fiquei muito assustado ao ler o texto de Alexandre Pinheiro sobre Isaías. Temi pela segurança de todos em Chapadinha com esse alegado Lampião da Chapada à solta... A salvação para evitarmos a volta a esses tempos de bangue-bangue seria a aliança com o grupo pacificador de Danúbia e Magno, como deixou subentendido o autor... Mas, como toda boa história tem sempre dois lados, vejamos... Já que as únicas balas trocadas em Chapadinha estão somente no discurso, faremos nosso duelo literário. O texto do "jornalista" está em vermelho e algumas considerações minhas, em preto:
A defesa do ex-prefeito Isaías, ao negar que ele tenha ameaçado de morte o deputado Magno Bacelar, acabou produzindo "um" Isaías pacato, incapaz de eliminar uma mosca. Um estadista tolerante e frontalmente diferente do Isaías quando estava no poder.
A negativa de uma ameaça não torna ninguém um pacifista, apenas desmente uma flagrante calúnia com óbvios fins eleitoreiros, o que já é costume do clã Bacelar. As mesmas acusações foram imputadas à Soliney Silva em Coelho Neto pelo casal Márcia e Antônio Bacelar. Será apenas mera coincidência?
Se a alegada ameaça mais recente ainda careça de comprovação, os modos nada democráticos do ex-prefeito e familiares estão registrados nos anais da política e em algumas condenações judiciais.
Além da falta de comprovação das ameaças de Isaías, nos mesmos anais, o servil defensor não observou todas as condenações dos seus patrões, Magno Bacelar e Danúbia Carneiro, nos Tribunais de Contas por desvio de dinheiro público. Muito democrático...
Diante do que já vi e acompanhei ao longo da história de Chapadinha, chego à conclusão de que existem dois Isaías. O atual, com um comportamento de humildade e cordialidade e "um" de tempos em que ter o poder em mãos, era sinônimo de: ameaças de morte a adversários em palanques e de mandar prender críticos de seu governo. De perseguição a padres e apoio a familiares quando os mesmos agrediam opositores em praça pública com requintes de covardia.
Não foi falado sobre a bipolaridade da dupla Magno/Danúbia... Humildes e acolhedores antes das eleições e depois com seus arroubos de prepotência, com as perseguições a funcionários públicos não simpatizantes do atual desgoverno, além da total falta de responsabilidade com a administração da Saúde Pública que, em Chapadinha, promove uma carnificina muito maior que se todas as ameaças de morte fossem levadas a cabo.
Para comprovar as ameaças em palanque perguntem aos médicos Sebastião Pinheiro e Zé Almeida que eles contarão que ameaça de morte era corriqueiro nas falas do Isaías poderoso.
Ora, seria o mesmo que perguntar à mãe e à esposa de Carlinhos Cachoeira se ele é culpado... Como o defensor parece ter memória seletiva, vamos recordar: Dr. José Almeida já foi acusado de agredir a irmã da atual pré-candidata, Ducilene Belezinha, o que torna seu comportamento nada diferente do imputado ao outro grupo e seu depoimento dos mais parciais... E Sebastião Pinheiro foi também acusado pelo Dr. Magno Bacelar de abandonar plantões para jogar baralho. Será que Alexandre Pinheiro daria a mesma credibilidade ao acusador, Magno Bacelar, neste episódio?
Sintam-se à vontade também para indagar o militante social Chico da Cohab qual ex-prefeito deu ordens ao então delegado "calça-curta" (e nomeado a pedido do líder) para prendê-lo, simplesmente por encenar uma peça de teatro. A agressão ao advogado Djúnior, sem chance de defesa, rendeu uma condenação penal ao filho do ex-prefeito e, hoje, vereador, Marcelo Menezes. Isaías até os dias de hoje, nunca se manifestou sobre o acontecimento.
Certamente agressões não devem ser toleradas, mas se vamos cobrar esclarecimentos, não vamos esquecer que familiares dos atuais gestores, em estado de embriaguez, fizeram disparos contra adversários políticos; outros promoveram cenas de agressões no carnaval, espancaram vigias, invadiram escolas na zona rural e atropelaram e mataram pessoas dirigindo irresponsavelmente sem carteira de habilitação. Se as alegações são de que o antigo grupo resolvia as diferenças na mão, parece que as coisas pioraram desde então, pois o atual grupo resolve as diferenças na bala...
Poderia passar o dia todo falando de casos do "indefeso" Isaías, mas, como o período eleitoral é pródigo em ilações e acusações entre adversários, o que fica é a memória do povo, que é implacável e deixa claro que não há nenhum Mahatma Gandhi na política local. Nem entre os atuais governantes que têm seus arroubos de prepotência nem entre os antigos detentores, que mesmo em esforço de pacifista, são traídos, a exemplo do que fez Isaías em entrevista a Mirante AM de São Luís, editada por aliados na internet, em que é flagrado recomendando que os deputados cortem a língua do Magno. Civilizado, não?
Realmente, não vivemos em um mundo preto ou branco e sim em um mundo cinza. Alguns mais cinza que outros, mesmo que o desmemoriado defensor tenha esquecido os adjetivos desferidos ao atual patrão e vive-versa. Mas, depois de tamanha verborréia, o que mais impressiona, além da parcialidade inerente à matéria, é o fato do Isaías ainda causar tanto incômodo ao grupo governista, mesmo ele não concorrendo a nenhum cargo.
Hilariamente, o defensor ainda imputa a Isaías, como prova de sua crueldade, que ele teria recomendado aos deputados que cortassem a língua do suplente... Se a Assembléia Legislativa tivesse foro legítimo para tal ato, certamente boa parte dos habitantes de Chapadinha e do Maranhão já teria feito o pedido antes, para poupar-nos da vergonha a cada vez que Bacelar ocupa a tribuna.
Dr. Ernani Maia
(Cirurgião-Dentista)