Você leitor é servidor público ? Como você se sentiu no feriado desta segunda-feira, data tão importante, instituída por Getúlio Vargas ? O dia 28 de outubro, nos arremete a reflexões sobre as condições do nosso trabalho, direitos, deveres, nosso papel como agente de desenvolvimento em nosso ente federativo e principalmente a participação da categoria em todos esses fatores.
O nosso primeiro desejo como trabalhador do serviço público, sem dúvida é ser "valorizado, não apenas com palavras ou mensagens, mas com piso justo para seu cargo, que deve ser anualmente atualizado, com carreira justa e que se torne realidade através de um digno plano de carreira, que não pode ser apenas vã promessa ao longo de sua vida funcional. Que toda conquista seja mantida, toda violação a direito cesse e todo direito adquirido seja sempre respeitado. Minimamente ! Evitando-se qualquer retrocesso social". (Valdecy Alves - Advogado, ativista e militante de movimentos sociais)
No entanto para se conquistar tal reconhecimento e que se concretize na prática todos os direitos, a história do nosso país atesta que tudo isso só é possível a base de muitas lutas e reivindicações. Não se pode esperar que os outros lute por nós, enquanto estivermos em total comodidade.
Infelizmente as pessoas parecem dormir dentro de suas próprias vestes. Inertes aguardam a tal valorização que nunca acontece nas esferas federal, estadual e muito menos municipal. A estratégia governamental do Brasil é sempre nos manter na servidão, tratados como escravos públicos proletarizado.
Nos corredores das instituições públicas, ouvimos só lamentos, porém, ação de lutas para reverter a situação, nada. Ninguém quer bater de frente com o poder, por medo de perseguição, aliás, o problema maior não estar no medo, mas sim nos favores que cada um tem ou busca dos seus governantes. Isso causa desunião e divisão na categoria, imobilizando a classe trabalhadora.
Em Chapadinha não é diferente. Como professor sindicalista, observo que a cada gestão, os servidores continuam com as mesmas atitudes, e nesse drama apenas se invertem os papéis. Os servidores que davam suporte ao governo anterior, agora com a perda do poder, tentam mobilizar a categoria, por direitos, antes protelados. No entanto para alguns, o jogo de interesses é maior, os mais espertos querem a todo custo, se fazerem vistos pelos poderosos, para que voltem à elite governamental.
O ato público idealizado pelo Sindchap, ontem (28), foi propagado durante dias pela mesma mídia que tentava desqualificar qualquer manifestação pública em anos passados. Quando não se conseguia a mobilização, logo riam e produziam textos irônicos, tipo:
Acessem os links e veja os deboches na íntegra.
Fiquei a observar a blogosfera da chapada e os deboches quanto a não realização do ato público pelo Sindchap no dia do Servidor, não apareceram, mesmo pelos que fazem hoje a defesa do governo atual. Ainda bem ! Pois seria ridicularizar ainda mais, não os poucos servidores que foram a sede da entidade no intuito de reivindicar, mas sim uma categoria que persiste ficar no conformismo !
Esse comodismo tem enfraquecido o movimento sindical. As pessoas não se dão conta que dessa forma, fica difícil provocar o poder executivo para o debate. Precisamos abraçar as bandeiras de lutas e fazer valer nossos direitos, do contrário, continuaremos neste estado moribundo, de braços cruzados, vendo todo tipo de violações dos nossos direitos.
Que o 28 de outubro, que passou tão rapidamente, consiga despertar no servidor público acomodado, o senso crítico, pois por obra do acaso, sem luta, você jamais será valorizado neste país.
Enedilson Santos
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