Como cidadão, sinto-me preocupado. Já vivi situações difíceis em Chapadinha pela má administração municipal. Lembro-me de anos sem educação nas escolas do interior, conheci contas feitas mais com ofertas dadas aos amigos que com benefícios públicos, não esqueci ainda contas reprovadas pelo Tribunal e aprovadas pela Câmara debaixo da influência de um perpétuo vereador corrupto... mas a hora presente não é menos preocupante.
Houve tempos em que se confundiu alienação populista com desenvolvimento social, em que reinou a teimosia apoiada pela incapacidade. Mas, pelo que vejo e ouço, a atual administração entrou no caos. Arrasta-se na inoperância. Navega à deriva. Prolonga-se demasiado sem projeto de trabalho. Sente-se predominar o desinteresse. Sabe-se que há autoridade municipal porque ela, de vez em quando, aparece nos meios de comunicação social a dizer o que se não vê. Não há coesão no grupo apoiante, nem sei se há grupo. Chapadinha está a ir para onde ninguém quer.
Pagar só os vencimentos não chega. Ajuda o comércio a agüentar-se, mas falta-lhe a preocupação social. A quem está de fora, parece evidente que há graves desvios, corrupção ativa, atuação desenvergonhada, total desinteresse pela coisa pública. Compete a quem de direito, com argumentos verídicos, demonstrar que esta análise não é verdadeira. Velha política carcomida pelo cupim da ganância que já não se devia praticar hoje. Falta entusiasmo, não se nota interesse do grupo apoiante, falta organização e presença efetiva da autoridade. Respira-se mau estar, um descontentamento geral, uma crítica mordaz, fundada em fatos. Tudo vai rastejando na inoperância, na incompetência, no silêncio e na ausência dos responsáveis. Já dá para se ir pensando no pedido de intervenção no Município. Olhem a saúde como vai, a começar pelo Hospital.
Observem as avenidas da cidade todas esburacadas. O trânsito está mais perigoso que nunca. A segurança pública, o sossego noturno... um inferno. Nota-se um ou outro a desculpar e defender. Mas apenas sinal de falta de emprego! Não parece que amem a verdade. Poucos a trabalhar na administração. A culpa só dos que governam? - Não. Políticos não fazem exame. Recebem votos. Políticos não precisam mostrar competência. Basta saberem iludir quem não pensa. Há quem não vote na capacidade de trabalho, mas na boniteza da cara. Mas depois fica todo o tempo a queixar-se que os governantes nada fazem.
Pessoas que só prestigiam o individual e desconhecem o comunitário, pessoas que só pensam em si e ignoram o bem comum... para essas pessoas os melhores candidatos são quem gosta de dinheiro, quem quer enriquecer rápido e sem grande esforço, quem necessita de prestigio... pode não ter família, ter maus precedentes, faltar-lhe sensibilidade ao social... Só que isso não cria democracia. Dá demoniocracia. Valha-nos S. Crespim, o santo das coisas impossíveis!
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